30 novembro 2010

Faces


Chuva na cara,
lágrimas ilúcidas,
bandeiras cómodas do remorso.

As outras, as minhas, não são para chorar,
mas para doer.

Pedras do peso de água.
Duras.
De caveira.
Magoam a luz.
Metal por dentro.
Frio queimado.

Estas não.

Lavam as faces perdidas nos espelhos.
Choram-nas os mortos doidos no vento ...

Água térrea de homens vivos nas nuvens.

(Imagens: Praia da Oura)