29 outubro 2009

Acidentes!

Duas amigas conversam: - Então minha amiga, de luto outra vez? - É verdade minha amiga, estou víúva pela terceira vez... - Não me diga. Que triste sina a sua. - É verdade minha amiga. O meu primeiro marido morreu porque comeu cogumelos venenosos... - Que horror. E o segundo? - O segundo coitadinho, também. Resolveu comer cogumelos venenosos... - Que desgraça. E o terceiro? - Esse foi com um traumatismo craniano... - Coitado. Algum acidente? - Não. Não quis comer os cogumelos, tive de lhe dar com a frigideira nos cornos!

28 outubro 2009

A tecnologia!

Num hotel supermoderno, um homem de negócios chega à conclusão de que precisa dum corte de cabelo antes da importante reunião com clientes também muito importantes. Telefona para a menina da recepção para pedir um cabeleireiro.
Respondem-lhe: - Poderá encontrar ao fundo do corredor um aparelho que lhe fará o corte de cabelo automaticamente.
O nosso homem dirige-se à máquina. Um cartaz anuncia: Cortes de cabelo. Introduza a cabeça e cinco moedas de dois euros. O homem arrisca. Quando tira a cabeça do orifício, verifica que está com o melhor corte de cabelo que alguma vez havia feito.
Ao lado, outro orifício e um cartaz: Manicura electrónica. O homem arrisca meter as mãos, que, instantes depois, aparecem impecáveis. Unhas polidas, peles cortadas, pele amaciada com um creme hidratante de grande qualidade.
Ao lado ainda outro orifício, e a indicação : Para substituir a ausência da esposa, naquilo que ela é essencial. Não resiste. Insere o pénis. Coloca as moedas. Sente uma dor terrível, grita, e quando se consegue livrar da máquina, verifica que tem um botão impecavelmente cosido na ponta do pénis ...

26 outubro 2009

Ironia ao 'Nada'.

Destruição de tudo
para depois criarmos a morte donde viemos,
mas que só verdadeiramente existe
quando inventada pelos homens.
A morte escondida
num poço claro de relâmpagos
que é a vida.
A morte onde em certo dia correrão
todas as lágrimas inocentes dos olhos desfeitos
na sombra iluminada.
A morte onde se ouvirá enfim pulsar o coração
do nada.

20 outubro 2009

Sentidos.

Acordo,
abro a janela
e olho para as ruas que planam
na cidade ardente.
Imagem redonda
em que só tu existes
para o sol me cair dos sentidos
- e eu poder imaginar-te
nas manhãs dos sonhos concluidos
exactamente como és.
O sol
vai andar todo o dia
- trono de sombra,
atado aos meus pés.
~~~~~~~~~~
Tropeço no passeio.
Vou pedir à luz que me leve depressa
para apanhar o autocarro das oito.
Estranha manhã esta !
em que do sol, das árvores,
das pedras, dos homens,
só vejo cair a noite.

15 outubro 2009

Sentimentos.

Quando recebi esta imagem de ex-colega que trabalhava no mesmo ministério público onde também trabalhei, pensei em aproveitar a imagem para lhe dedicar algumas palavras. Não consegui nada para expressar o que ela representa. No entanto, ela tem tudo. Todos os adjectivos para classificar o que há de maior em sensibilidade, sentimento e ternura.
Diz-se que uma imagem vale por mil palavras ... para quê escrever mais!?
(Imagem obtida durante um incêndio florestal)

13 outubro 2009

Um prazer!

Beber é um prazer que prolonga a angústia,
acaricia a dança,
vive-se num espelho trémulo,
dá à solidão o duelo dos fantasmas
que se beijam com bocas de lâminas doces.
Os homens dançam com pernas alheias
e os corpos só as encontram
nos deuses perdidos nas nuvens
com louros nos cabelos das tabernas.
Beber conclui as asas,
empresta aos dedos
os véus luminosos
esquecidos pelos morcegos no pó das cavernas.

09 outubro 2009

Guitarra triste.

O Fado sempre foi, ainda é ... e sempre será poesia cantada.

(Fechar player no fim do BLOG)

07 outubro 2009

Olhos da imaginação.

Aqui a lembrança
perde, de súbito, o rosto.
Monte de suor e névoa,
labirinto escuro na claridade do dia
que só começa a iluminar-se ao sol posto
quando de repente
sinto na mão
que me guia
a cegueira ardente
dos olhos da imaginação.

05 outubro 2009

Sombras.

As sombras
na superfície de si mesmas,
parecem mais profundas nas águas
só por serem fugidias
e vagas.
Afinal meras imagens
de pinheiros e penedias,
aroma a vegetal das margens.
Enquanto uma voz,
daquelas a quem Camões chamava musas
ainda hoje me repete
o que tantas vezes me disse:
« Não te iludas.
Só tens olhos de superfície. »

01 outubro 2009

Noites.

Dantes deixavas-te sonhar
para seres melodia ...
E era o próprio ar
que te concebia.
Nas noites sem luar
ao céu eu te prendia
- cabelo a roçar
pela penedia ...
Agora és real.
Soas a metal
nos teus olhos castanhos.
Pastora da solidão
com lobos no coração
a devorar os rebanhos.