está em não deixar
o tempo devorar-me,
mas devorá-lo eu
com dentes de terra
e medo.
Mastigar tudo,
as sombras, as bocas,
as pedras,
o céu,
os ossos pendentes das caras
e as deusas a cavalo
- patas nas searas,
crinas de faúlhas ao vento...
Devorar o tempo sem relógios
que não deixa sinais
senão nos olhos
das palavras mortais.