15 outubro 2008

Ilusão.

Um dia, a solidão
-que dor de vergonha!-
levou-me pela mão
para o seu baluarte
e disse-me: «sonha!
O sonho é a tua lei!»
E eu para ali fiquei,
tão farto de ser eu,
a ouvir o meu coração
bater em toda a parte,
nos astros do chão,
nas pedras do céu.
E eu para ali fiquei
a arrancar a carne com as unhas,
a viver sem testemunhas
no espelho de mim.
E eu para ali fiquei
com o mundo a obedecer aos meus caprichos:
a luz, as flores, os bichos
e o sol enforcado na floresta,
na alucinação
duma corda de lava
a baloiçar ao vento da minha alma à solta...
E eu para ali fiquei
-pobre de mim que ignorava
a dor da verdadeira solidão
que é esta! que é esta!...
Muita gente à minha volta
e eu aos tombos pelas ruas,
longe de todos e de mim,
a morrer pelos outros
em barricadas de estrelas e de luas.

4 comentários:

Anónimo disse...

¡Así se habla!
A soñar todos que es gratis, y además muy divertido, y la mejor terapia.

Los poetas, tienen por carácter tendencia a la soledad, y aunque no lo estén, es un modus viviendi.

¿Cómo si no tratar temas universales sin haberlos exprimido antes en nuestro interior?

Una aprendiz de poetilla :)

CorsáriO disse...

~~~~

"Soñar es gratis y también muy divertido"!
Veo que sólo tiene buenos sueños. No tienes pesadillas? Afortunada!

Beso, Annabel Z.

~~~~

annabel disse...

No tengo pesadillas Tav, tengo suerte.
Cuando duermo, dicen que siempre sonrio :D

Tan simpático como siempre, Corsario, Corsario, qué mal carácter tienes.

Beijos de Lsdy Z :)

annabel disse...

Beijos de Lady Z... eso, jeje