16 novembro 2012

Noite





Dói-me a boca de silêncio
e vou gritar !
nesta noite de lua mole
a dobrar-se nos telhados
inertes de bafio ...

Chamo-me não sei quem
e vou atirar para a ferrugem do vento
da noite desmantelada
este desafio de acordar o mundo
nas janelas de súbito acesas,
com milhões de vozes
esvaídas num clamor
para além dos lábios fechados
nas faíscas das pedras.

Gritar, ouviram ?

Gritar esta alegria de não sentir ainda terra na boca.
Gritar esta labareda enfim fora dos olhos !






1 comentário:

Anónimo disse...

Tbm tenho vontade de gritar.......... Só que ao invés da garganta, dói-me o peito com esse grito preso.