22 outubro 2012

Solidão





Deixo sempre alguém fora de mim em mim
no lugar donde parto
flor que a si mesma se corta no jardim,
olhos pegados no espelho,
sempre a ver-me jovem na cama do quarto.

E a mão direita ? Onde deixei essa mão ?
Nos teus seios, talvez. Ou na melodia escrava
em que a vizinha do 2º andar, deitada ao comprido
no chão,
tentava ouvir o próprio coração
no piano em que eu tocava
- ponte sem sentido
de solidão para solidão
num espelho partido.







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