21 janeiro 2010

Manhã.

Esperguiço-me na desordem da manhã,
relógios incertos
que dançam nos olhos dos pássaros
- tudo tão húmido de existir.
Acordar é entrar neste sono,
fronteira de cristal ainda por destruir
entre o sonho e as pedras,
resolvi dizer que ocultei em mim a noite
para o mundo parecer mais luminoso,
mulher especial,
só pele translúcida sem formas
- perdeu o corpo.
Morte para quê ?
Os abismos ocultaram-se.
O tempo soltou-se dos relógios.

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