14 dezembro 2009

Vento.

Vento,
leva-me na tua garupa de uivos.
Morte:
dá-me a tua lança de frio ardente.
Frio:
empresta-me o teu braço de gumes.
Quero galgar o céu
até à encruzilhada desses caminhos
onde os homens se desencontram
para o princípio do mundo,
com outras flores sem sangue nas mesmas árvores.
Quero pairar entre o passado e o futuro
no cavalo a galope
com sopros de flores nas patas ...
Quero assistir às lágrimas dos vulcões para o último paraiso ...
com os homens deitados nos raios do sol
a verem apodrecer as mãos inúteis ...
... e a primavera pelo mundo com dedos de metal
a colher os frutos ...

2 comentários:

maracuyá disse...

Quero pairar entre o passado e o futuro no cavalo a galope com sopros de flores nas patas...

Qué bonito Corsário!!! Estos solos versos hacen un poema.

No tiene nada que ver, pero no sé por qué me vino el recuerdo de una canción de Litto Nebbia...

Viento dile a la lluvia
que quiero volar y volar,
hace más de una semana
que estoy en mi nido
sin poder volar.


Beijos Cors.

CorsáriO disse...

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Gracias por tus versos. Los deseos son mentales. Su cerebro necesita libertad.

Beijo Maracuyá.

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