28 janeiro 2009

Sol.

Último sol no rochedo.
Último horizonte vigilante
de marés e tufões.
Lembrei-me de repente
daquele deus marinho do Camões
sem nenhuma nereida que lhe aqueça
a pele petrificada do desejo,
o corpo de ostras e camarões
- a cabeça coberta
com a casca
de um fantástico caranguejo.
Só a casca ?
E o resto ?
Quem o comeu ?
- gula de águia.
Talvez aquela nuvem além no céu
com bico de vapor de água.

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