A tua voz deu-me outra vez o calor da terra
- o cheiro ao rasto das flores pisadas.
E agora que me importa o céu ?
E os astros de garras azuis que me arrastam até aos abismos
onde as águias assassinam as manhãs ?
E que me importam os cemitérios da noite
quando os fantasmas enterram os cadáveres de vento ?
E as luas clandestinas nos corações dos mortos ?
E as mulheres deitadas nas nuvens
com sexos metafísicos nos relâmpagos ?
Só quero a terra, ouviram ?
A terra redonda dos teus olhos de ninho quente.
A terra sólida das nossas sombras no chão à espera de flores.
Sim.
As flores existem.
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