19 outubro 2011

Labirinto



Entretanto, fora de mim em mim, 
construtor de pedras transparentes
terminei o meu labirinto
de verdade impura,
onde ainda hoje me sonho e minto
em enlaces de conjura.

A luz era tanta
que me perdi
em busca da treva que me guiasse
o que havia de mim em ti
- espelho da verdadeira face
aquém de mim mesmo
excesso de alguém que não me sonhasse.

A treva era tanta que me iluminava
com lâminas de punhais
onde resplandecia o jardim
de flores doentes
na cidade da raiva
sempre mais além
perto do cais 
dos navios desistentes.

Labirinto
de máscaras que já nem sinto,
onde me perdi de ninguém
sem encontrar a saída
de fora para dentro.


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