A esta hora
espero sempre ouvir a confissão impossível
da boca das pedras.
Impossível porque talvez não houvesse crime
ou foi tão perfeito que ninguém o cometeu.
Ou sonhei-o apenas para dar sentido às pegadas
que o vento apagou aos gritos
no meu jardim de lâminas.
Ficou apenas o cadáver que se desfez a si mesmo
com ácidos de penumbra,
enquanto o assassino olhava aterrado
para as suas mãos puras.
Sem comentários:
Enviar um comentário