03 maio 2010

Simplicidade.


Ah! se eu pudesse dar-te uma lua pequenina
para trazeres no fundo dos olhos.
Ou essa simplicidade das flores
sem dentes nas raízes.

Mas não.

Há o peso dos desastres do mundo.
O naufrágio dum navio pardo de que só se salvou a inclemência.

As fogueiras apagadas pela teimosia de amarmos o frio.
As mulheres que se entregam à melodia dos esqueletos.

E principalmente esta raiva da morte não acordar,
de não acordar nunca, não acordar mais,
de continuar sempre a ser morte,
sempre, sempre...
- mesmo depois de a imaginarmos
com leveza de estrela
presa nos cabelos pelas tuas mãos de cristal
coladas a uma nuvem.

2 comentários:

ev disse...

Amor, el pasado no tiene puertos
sólo buques insignias
que navegan
en laberintos
que lo reinauguran
como poseedor
de naves inabordables,
proas con la constancia
de lo definitivo,
popas que no encallan,
banderas hiladas
con tiempos por venir.

FRANCISCO GARZÓN CÉSPEDES


Beso CorsàriO

ev disse...

FELIZ VIAJE