23 novembro 2009

Grito.

Vai-te, poesia !
Deixa-me ver friamente
a realidade nua
sem ninfas de iludir
ou violinos de lua.
Vai-te, poesia !
Não transformes o mundo
descarnado e terrível
num céu de esquecer
com mendigos de nuvens
famintos de estrelas
e feridas a cheirarem a cravos,
enquanto os outros, os de carne verdadeira,
uivam em vão
a sua fome de estrelas
e de pão.
Vai-te, poesia !
Deixa-me ver a vida
exacta e intolerável
neste planeta feito de carne humana a chorar,
onde um anjo me arrasta todas a noites para casa
pelos cabelos
com bandeiras de lume nos olhos
para fabricar sonhos
carregados de dor e lágrimas.
Vai-te, poesia !
Não quero cantar.
Quero gritar !

2 comentários:

maracuyá disse...

Corsário...por favor, no dejes que la poesía se vaya nunca de vos. Deja que nos refugiemos en tus letras, tan bellas. Deja que tengamos nuestro espacio de sueños, para que ese trozo de vida exacta e intolerable sea más llevadera y sepamos que siempre hay un pedazo de felicidad guardado para nosotros. Sigue creando belleza Corsário. Poesía, no le obedezcas.

Um beijo

CorsáriO disse...

~~~~~~

No cabe duda de que no voy a dejar de escribir y ... decir cosas locas. jajaja... no hay salvación para mi mente! Son ciclos, a veces más graves, a veces más suave. Es como algunos de mis amigos dicen: - que siempre será un loco. Cuando yo sea diferente, estoy perdido para la humanidad!(a big smile)

Un beso Maracuyá!

~~~~~~