Já não ouço no som do chicote
violinos de adormecer.
Nem sinto no frio das algemas
asas geladas de sonho.
Nem vejo nas cicatrizes
os misteriosos sinais
do ser e do não ser ...
Ou nas curvas da correia,
andorinhas a voar ...
Aprendi a ver-me escravo para ser livre.
E agora olho virilmente para o mundo
com estes dez mil olhos de sangue
que o chicote me rasgou na pele.