27 maio 2011

Franjas


 Não cubram a morte de franjas de incenso
 nem de vida a fingir anjos
pegada de nuvens e incêndios.

Deixem-na intacta e funda,
vigiada de astros,
para que as nossas mãos de estrangular destinos
não ponham na noite
suposições de limites ...

E morram com a simplicidade
de haver estrelas.

02 maio 2011

Insónia


Insónia
- busca não plácida da morte frágil,
capas de cristal
que os sonhos quebram a cada instante
no convívio da revolta da noite.

Mas a morte foge-me,
esconde-se na cisterna,
solidão impaciente
no sonho confuso
da nudez do amor.

Não, não quero entregar-me,
sozinho e colérico,
na teia do mistério
que recuso.