Quando escuto Beatles em Across the Universe, a minha mente transporta-me a um passado já distante da minha juventude. Um passado em que fui moldado e transformado numa espécie de rochedo para poder resistir, tendo alterado o que poderia ter sido, e, no que me tornou no que em parte sou agora.
A recuperação da personalidade, carácter e sensibilidade, foi uma luta difícil. Fiquei mais frágil, no entanto, eu sempre lutei para que nada pudesse mudar o meu Universo.
(Beatles fez muito bem ao meu equilíbrio mental)
Eu brincava a correr atrás de ti ;
Uma sombra perseguindo um clarão ...
E no seio da noite, os nossos passos
Pareciam encher de sol a escuridão.
Quando ia passear contigo ao campo,
Tu ias sempre a rir e a cantar;
A lembrar-me até uma cotovia
Que um dia se calou para te escutar.
Há uns anos atrás tive a sorte de poder ter algo que me seduzia. O prazer de usufruir de algumas coisas que mais gostava culturalmente. Viajar, conhecer e assistir a coisas que me enchiam a alma.
Tudo
o que dorme é criança de novo. Talvez porque no sono não se possa fazer mal, e
se não se dá conta da vida, o maior criminoso, o mais fechado egoísta, é
sagrado, por uma magia natural, enquanto dorme. Entre matar quem dorme e matar
uma criança não conheço diferença que se sinta.
Para conhecermos os amigos é necessário passar pelo sucesso e pela
desgraça. No sucesso, verificamos a sua quantidade e, na desgraça, a sua qualidade.
Às vezes construímos sonhos em cima de grandes pessoas. O tempo passa e descobrimos que grandes mesmo eram os sonhos e as pessoas pequenas demais para torná-los reais!
A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por
isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se
feche e a peça termine sem aplausos.
Ser Poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém
e de Além Dor!
É ter de mil desejos
o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um
astro que flameja,
É ter garras e asas
de condor!
É ter fome, é ter
sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs
de oiro e de cetim...
É condensar o mundo
num só grito!
E é amar-te, assim,
perdidamente...
É seres alma e sangue
e vida em mim
E dizê-lo cantando a
toda gente!
(Gosto de Florbela Espanca)
